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Com foco na divulgação científica, o Falando Ciência promove o debate sobre temas relevantes do cotidiano do ouvinte, correlacionando-os com os trabalhos já desenvolvidos pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e grandes obras da ficção. Programa realizado em parceria com o Centro de Ciências e o Campus de Russas da UFC.

Falando Ciência Rádio Universitária FM 107,9

    • Science

Com foco na divulgação científica, o Falando Ciência promove o debate sobre temas relevantes do cotidiano do ouvinte, correlacionando-os com os trabalhos já desenvolvidos pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e grandes obras da ficção. Programa realizado em parceria com o Centro de Ciências e o Campus de Russas da UFC.

    Adaptações das plantas às mudanças climáticas - Prof. Danilo Daloso (UFC)

    Adaptações das plantas às mudanças climáticas - Prof. Danilo Daloso (UFC)

    As mudanças climáticas representam um desafio sem precedentes para a humanidade, particularmente no que diz respeito à agricultura e à preservação das florestas. O aumento da concentração atmosférica de CO2 e da temperatura, a intensificação de eventos climáticos extremos e a alteração nos padrões de precipitação afetam diretamente a produtividade das plantações, a saúde das florestas e a segurança alimentar global.
    Os benefícios causados pelo aumento da concentração atmosférica de CO2 nas plantas são diminuídos devido ao estresse causado pelo aumento da temperatura e a escassez de água, aspectos que reduzem drasticamente a produtividade das plantas e as tornam mais susceptíveis a pragas e doenças.
    Para enfrentar esses desafios, é urgente promover mudanças de paradigmas na nossa sociedade, seja a forma pela qual produzimos e distribuimos alimentos, seja a forma que consumimos e exploramos os recursos da natureza. Enquanto a primeira mudança pode ser alcançada pelo avanço da biotecnologia agropecuária, o segundo aspecto é mais complexo e envolve mudanças sociais substanciais. Ações nestes diferentes âmbitos são essenciais para garantir a segurança alimentar global e evitar o iminente colapso do planeta.

    • 23 min
    Ética da Informação - Professor Marco Schneider - IBICT

    Ética da Informação - Professor Marco Schneider - IBICT

    A ética da informação é a área que investiga as questões éticas decorrentes do desenvolvimento e aplicação das tecnologias de informação. Ele fornece uma estrutura crítica para considerar questões morais relativas à privacidade informacional, agência moral (por exemplo, se os agentes artificiais podem ser morais), novas questões ambientais
    (especialmente como os agentes devem se comportar na infosfera), problemas decorrentes do ciclo de vida (criação, recolha, gravação, distribuição, processamento, etc.) de informação (especialmente propriedade e direitos de autor, exclusão digital). Objetivos educacionais da ética da informação são os seguintes: ser capaz de reconhecer e
    articular conflitos éticos no campo da informação, ativar o senso de responsabilidade em relação às consequências das interações individuais e coletivas no campo da informação, melhorar a qualificação para o diálogo intercultural com base no reconhecimento de diferentes tipos de culturas e valores de informação, fornecer conhecimentos básicos sobre
    teorias e conceitos éticos e sobre a sua relevância no trabalho diário de informação. As questões éticas relativas ao acesso e disseminação da informação estão relacionadas a problemas de acesso público e serviços de referência, bem como ao direito (humano) de comunicar. A questão do acesso pode ser estudada tanto como uma questão individual como social.

    • 26 min
    Fake news e seus efeitos no território da ciência

    Fake news e seus efeitos no território da ciência

    Imagine um laboratório científico. Cientistas de jalecotrabalhando em pesquisas que podem mudar o mundo. Mas, de repente, a porta se abre e uma enxurrada de notícias falsas invade o local. As fake news, como vírus, se espalham rapidamente, contaminando a mente das pessoas com informações distorcidas e manipuladas. E o que era para ser um espaço de descobertas e avanços se torna um campo de batalha, onde a verdade luta para ser ouvida.
    As fake news não são um problema novo. Desde a invenção da imprensa, a manipulação da informação tem sido usada para influenciar a opinião pública. Mas, com o advento da internet e das redes sociais, a velocidade e o alcance das notícias falsas se multiplicaram exponencialmente. Sem o desenvolvimento de um senso crítico aguçado, as pessoas podem facilmente acreditar em informações falsas e distorcidas, o que pode ter consequências graves para sua visão de mundo e para o futuro da sociedade.
    As fake news também representam uma ameaça à democracia. Ao minar a confiança nas instituições e na ciência, elas podem levar à polarização social, ao extremismo político e à fragilização das instituições democráticas. Mas nem tudo está perdido. No campo da ciência, iniciativas como a checagem de fatos, a educação científica e a divulgação científica de qualidade são ferramentas poderosas no combate à desinformação. É necessário proteger o território da ciência e garantir que o conhecimento continue a ser a base para o progresso da humanidade.

    • 24 min
    Mudanças ambientais globais: Perspectivas da pesquisa com clima, oceano e sustentabilidade

    Mudanças ambientais globais: Perspectivas da pesquisa com clima, oceano e sustentabilidade

    A crise ecológica e climática é o maior desafio atual da humanidade. A conexão entre os problemas ambientais, a conservação marinha e as mudanças climáticas está no cerne das investigações que tenho conduzido com colegas no Ceará, Brasil e no exterior. Ao buscar entender os impactos das mudanças climáticas na zona costeira e marinha, acidentes ambientais (como o derramamento de óleo no Brasil), invasão de espécies (como o peixe-leão) e a poluição plástica busco fornecer soluções locais e globais para auxiliar o poder público. Tais soluções incluem a melhoria da gestão das unidades de conservação, educação ambiental e o monitoramento da qualidade do meio ambiente. Tenho atuado em projetos nacionais e internacionais com esse foco multidisciplinar. Além disso, tenho colaborado com políticas públicas inovadoras regionais (como o Programa Cientista-Chefe em Meio Ambiente) e ações de divulgação científica na área de cultura oceânica, incluindo no contexto da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030) da UNESCO.

    • 27 min
    Vacina brasileira contra a dengue - Conversa com o Prof. Ivo Castelo Branco

    Vacina brasileira contra a dengue - Conversa com o Prof. Ivo Castelo Branco

    As arboviroses representam um conjunto de doenças infecciosas causadas por vírus denominados arbovírus, termo derivado do inglês "arthropod-borne virus", que significa vírus transmitido por artrópodes, incluindo insetos e aracnídeos como aranhas e carrapatos. Dentre as 545 espécies conhecidas de arbovírus, aproximadamente 150 são responsáveis por enfermidades em humanos. Tradicionalmente, a classificação de arbovirose abrange uma variedade de vírus causadores de doenças como mayaro, meningite e encefalites virais. Contudo, na contemporaneidade, o termo tem sido frequentemente associado às doenças veiculadas pelo mosquito Aedes aegypti, notavelmente a Zika, Chikungunya, dengue e febre amarela.

    O pioneirismo na identificação dos artrópodes como vetores de doenças pertence ao médico e cientista cubano Carlos Finlay, que em 1881 propôs que a febre amarela era transmitida não por contato direto entre humanos, mas sim através de mosquitos. Esta hipótese foi posteriormente confirmada pelo major Walter Reed, médico do exército americano, em 1901. Além disso, em 1906, a transmissão da dengue pelo Aedes aegypti foi descoberta, marcando dengue e febre amarela como as primeiras doenças reconhecidas por serem transmitidas por vírus através de mosquitos.

    O Aedes aegypti, principal vetor dessas doenças, é um mosquito pequeno, com menos de meio centímetro de tamanho, que raramente voa mais de meio metro acima do solo. Originário do nordeste da África, especificamente da região do atual Egito, esse mosquito foi introduzido no Brasil em 1685 por navios e desde então tem sido uma constante ameaça à saúde pública brasileira. A dengue, por exemplo, ressurgiu no Brasil em 1846, afetando cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Curiosamente, a doença recebeu apelidos culturais como "polca" no Rio de Janeiro e "urucubaca" em São Paulo. Já a febre amarela reemergiu de forma intensa em 1849, demonstrando a facilidade com que essas doenças podiam se espalhar na ausência de medidas sanitárias adequadas.

    No início do século XX, a criação da Diretoria de Saúde Pública e a formação de uma brigada especializada na erradicação de mosquitos sob a liderança de Oswaldo Cruz marcaram um ponto de virada na luta contra o Aedes aegypti no Brasil. A implementação de campanhas de saneamento, o uso de inseticidas e a vacinação compulsória foram estratégias fundamentais adotadas, embora a última tenha levado a uma das maiores manifestações populares contra medidas de saúde pública, conhecida como a Revolta da Vacina.

    A história das arboviroses no Brasil é um testemunho da complexa interação entre doenças infecciosas, saúde pública e desenvolvimento socioeconômico. Enquanto avanços significativos foram alcançados na prevenção e no controle dessas doenças, os desafios persistem, exigindo vigilância contínua, pesquisa e políticas de saúde pública adaptativas para proteger as populações vulneráveis.

    • 26 min
    Vacina funcionam e contra a dengue não será diferente - Conversa com o Prof. Ivo Castelo Branco

    Vacina funcionam e contra a dengue não será diferente - Conversa com o Prof. Ivo Castelo Branco

    A origem das vacinas remonta ao século XVIII, com a pioneira inovação de Edward Jenner. Em 1796, Jenner observou que leiteiras que contraíam a varíola bovina, uma doença similar mas muito menos severa do que a varíola humana, pareciam adquirir imunidade à varíola. Ele testou sua hipótese inoculando James Phipps, um menino de 8 anos, com material coletado de lesões de varíola bovina. Posteriormente, Jenner expôs Phipps à varíola humana, observando que o menino estava protegido contra a doença. Esse método foi chamado de vacinação, derivado de "vacca", que significa vaca em latim, em referência à origem do vírus utilizado.

    A descoberta de Jenner abriu caminho para o desenvolvimento de vacinas contra outras doenças infecciosas. No século XIX, Louis Pasteur fez avanços significativos, desenvolvendo vacinas para a cólera das galinhas, antraz e raiva. Pasteur aprimorou a técnica de atenuar patógenos para torná-los inofensivos, mas ainda capazes de induzir uma resposta imune, um princípio fundamental na criação de muitas vacinas modernas.

    No século XX, a ciência das vacinas avançou rapidamente, com o desenvolvimento de vacinas para prevenir doenças como difteria, tétano, coqueluche, gripe, poliomielite, sarampo, caxumba e rubéola. Essas descobertas foram cruciais para reduzir significativamente a incidência e a mortalidade de doenças infecciosas em todo o mundo.

    Um marco histórico no campo da imunização foi a erradicação da varíola. Graças a uma intensa campanha de vacinação global liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a varíola foi declarada erradicada em 1980, marcando a primeira vez que uma doença humana foi eliminada por esforços de saúde pública.

    No século XXI, a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas continuam a evoluir com tecnologias inovadoras, como as vacinas de RNA mensageiro (mRNA), que foram cruciais na resposta à pandemia de COVID-19. Essas vacinas utilizam uma abordagem genética para induzir uma resposta imune, representando um avanço significativo na velocidade e na eficácia com que novas vacinas podem ser desenvolvidas.

    A história das vacinas é um testemunho do poder da ciência e da inovação para transformar a saúde pública. Ao salvar incontáveis vidas, as vacinas destacam-se como uma das intervenções médicas mais eficazes e custo-efetivas, demonstrando a importância da pesquisa contínua, do investimento em saúde pública e da cooperação internacional na luta contra doenças infecciosas.

    • 26 min

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