psicanalizando Leonardo Gonçalves Wild

Durante a vida a presença e ausência do outro se torna um fator muito singular e importante no que seja a subjetivação de cada um. - o outro, pode funcionar como uma referência, um modelo desde onde dizemos “quero ser como” ou “não quero ser isso”.



Mas para além disso, em psicanálise, a constituição de nossa imagem e nossos pensamentos passam e muito pelo outro - Como eu me vejo a partir de como o outro me vê? Como o outro me reconhecendo, eu reconheço meus feitos? O que eu me faço desde o reconhecimento do outro?



Em alguma medida, quando estamos sozinhos, nunca estamos realmente sozinhos. Existe uma parte de nós, que resultado de todos esses encontros, que ocorreram até aquele momento. Resultados de como construímos nossos desejo e demandas, a partir de incontáveis encontros com outros sujeitos. - Lacan vai dizer que o desejo é sempre o desejo do outro.



Uma das questões é como podemos estar sós e bem com nós mesmos, como podemos nos relacionar melhor aprendendo a ficar com nós mesmos? E como podemos ficar na presença de outros diferentes, e assim aprendermos a ficar melhor, quando a sós?



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Literatura:



• Sigmund Freud — O Mal-estar na Civilização



• Sigmund Freud - Inibições, sintomas e ansiedade



• Jacques Lacan — Função de campo da fala (In: Os escrito)



• Jacques Lacan — Seminário 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise - Transferência



• Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico — Christian Dunker, Nelson da Silva Junior e Vladimir Pinheiro-Safatle



•Patologias do social: Arqueologias do sofrimento psíquico — Vladimir Pinheiro-Safatle, Nelson da Silva Junior e Christian Dunker

Educar é para a psicanálise um processo constante de encaminhar o sujeito a se dar conta da falta e poder produzir, no social, a partir dela. O processo de educação se encontra presente desde os primórdios, desde onde o bebe vai aprendendo que não é completo, que seus cuidadores tem outros interesses, que ele não controla o ambiente e nem as pessoas. - Como levar o bebe a se deparar com isso? Como levar o bebe a comunicação diante disso? Como ensiná-lo a dar-se conta de sentimentos e seus possíveis encaminhamentos?  Assim como ensinar os limites sociais as crianças? As regras escolares? A educação em psicanálise é o "Educar para uma não completude imaginaria", sendo a falta a via que abre espaço para o desejo possa surgir. - O Desejo vai além da alienação do outro, o desejo surge na relação com o outro, mas se funda na noção da impossibilidade de completude, com o "dar-se conta da falta" e o que criar a partir dela. A educação é um processo que ocorre em casa, na escola, e no social mais amplo. Que no melhor dos cenários implica os sujeitos, os sistemas escolares, os pais, os professores com as "falhas" com as incompletudes de seus processos educacionais, e os convida a sempre os estarem revendo. O professor aqui entra como um agente muito importante, que se confronta com a demanda dos alunos, instituição, governo e pais. No cenário ideal, o processo aponta para falta de todos os envolvidos e pergunta: o que queres fazer com isso que falta? O que quer aprender? O que desejas? - Não por menos, são os professores que frequentemente são atacados por várias partes e se encontram em um estado mais "solitário" no qual (idealmente) juntos podem formular maneiras de continuarem a educar e ensinar a desejar. “Não ceder de seu desejo” - Lacan Seminário a Ética da psicanálise 

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Literatura:



- O Seminário, livro 7: A ética da psicanálise  - Jacques Lacan

-Instância da letra no inconsciente ou a razão desde Freud: uma hipótese de leitura - Dunker Christian

- Silenciamento e desabono de crianças e adolescentes em instituições de ensino básico - Karen Graziele Tavares

- Transferência em orientação: efeitos de intervenções em textos acadêmicos - Lisiane Fachinetto

 - A Tranferência e a Pulsão - IN: O Seminário, livro 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise - Jacques Lacan

- Infância e Ilusão (psico)pedagógica Escritos de Psicanálise e Educação - Leandro de lajonquiere 

A formação em psicanálise, para Sigmund Freud, deve se concentrar em três aspectos fundamentais: análise pessoal, supervisão e estudo teórico. 

A necessidade da análise pessoal se sustenta no dito freudiano "Só é possível levar uma análise até onde se foi com a sua" (Frase que hoje e rebatida por alguns autores) - De todo modo, a análise pessoal é o espaço que o sujeito que se faz psicanalista pode falar sobre seus estranhamentos, angustias, inclusive sobre os casos que atende. 

A supervisão consiste no encontro com um par, alguém que se diz analista, para que se possa contar com suas palavras sobre o caso e tirar dúvidas teóricas. - Poder convidar outro para o diálogo, para que a entrada desse outro possa instaurar a dúvida e levar a novas maneiras de ver o caso ou aspectos nele.  - Sendo a supervisão o espaço onde mais se percebe onde os assuntos pessoas do sujeito analista estão impedindo a escuta. 

O estudo teórico consiste no encontro com os textos que fundamentam e organizam os saberes das psicanálises. Cabendo a cada um criar sua ordem de leitura, seja dos autores clássicos e dos atuais.  Pois se a psicanálise convida o sujeito a criar e saber mais sobre seu desejo, seu estudo também é orientado pelo desejo do sujeito. O que lhe é questão? O que lhe faz enigma? 

Em mesma linha, Jacques Lacan propõe que as escolas de formação em psicanálise devem se organizar a diminuir as identificações, a instigarem o desejo, a lembrarem todo candidato a analista que ele/ela/elu "somente se autoriza por si".

Lacan utiliza essa frase para lembrar a todos que não haveria curso, não haveria caminho pré-definido para se tornar-se analista, e que ninguém além de próprio sujeito pode autorizar-se dizer a si que está pronto para escutar alguém (e lidar com a responsabilidade disso (sejam as éticas ou legais) 

Hoje autores como Dunker, Miller, Forbes, Coutinho...  Resgatam a indicação de Freud e a provocação de Lacan para que a psicanálise converse com outras áreas do saber, para poderem criar dialogo com todes (inclusive os discursos que lhes são mais avessos), e que sustentados pela ética da psicanálise, o desejo, possam sempre apontar a falta e escutar a angústia de que assim solicitar. 

"O analista diz àquele que está para começar — Vamos lá, diga qualquer coisa, vai ser maravilhoso." - Jacques Lacan Seminario 17 p.50

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Literatura:
•Sobre psicoterapia (1905[1905]) - Sigmund Freud
•Sobre psicanálise “selvagem” (1910) - Sigmund Freud
•Recomendações ao médico para o tratamento psicanálitico (1912) - Sigmund Freud
•Deve-se ensinar a psicanálise nas universidades? (1919) - Sigmund Freud
•A questão da análise leiga (1926) - Sigmund Freud

•El concepto de Escuela - Jacques-Alain Miller

•O Seminário 7 - A ética da psicanálise
•O Seminário 11 - Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise
•O Seminário 17 - O avesso da psicanálise
•O Seminário 23 - O Sinthoma


•Psicanálise e Universidade - Dunker Christian
• A clínica do Real - Forbes Jorge

Mais do que fechar discussão, um espaço para abrir um diálogo sobre as novas formas de experienciar a angústia e a subjetividade.



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Literatura:• Sigmund Freud - Mal-estar na Civilização 

• Sigmund Freud - Inibições, sintomas e ansiedade

• Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico - Christian Dunker, Nelson da Silva Junior e Vladimir Pinheiro-Safatle

• Jacques Lacan - Seminário 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise  

• Jacques Lacan - Seminário 20: Mais, ainda

• Jacques Lacan - Seminário 23: O sinthoma

O processo de escuta convida o outro a dizer mais sobre si e sobre o modo como se relaciona com o desejo e o mundo. - Ao nos propormos escutar alguém estamos reconhecendo que esse outro tem algo que vale a pena ser dito e que esse dizer tem um sentido e o afeta de algum modo. 



Quando se sai do pressuposto de um entendimento, de uma posição empática, para uma posição de curiosidade, aí se caminha para o que seja o desejo da pura diferença. De se dispor a tão singularmente querer conhecer alguém que é diferente de nós, e mostra e pode definir-se mais e mais diferente na medida que a que nos dispomos a escutá-la. 



A escuta enquanto um ato de amor é sobre convidar o outro a contar mais sobre si, em nome próprio ao mesmo tempo, permitir se desconhecer-se.  É um processo, é um trabalho e muda tudo. Uma vez que se escuta não da para deixar de escutar. 



Eu reconheço você, eu reconheço que você existe, e por isso eu te escuto. Me conta sobre como é ser e estar sendo ser você

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Literatura:• Sigmund Freud - Bate-se numa criança

• Jacques Lacan - Função de campo da fala (In: Os escrito)

• Jacques Lacan - Seminário 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise  

• Jacques Lacan - Seminário 23: Encore

Felicidade enquanto ato e não destino. Felicidade enquanto a experiência da vida.

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Literatura:

• Ana Claudia Quintana Arantes - A morte é um dia que vale a pena se viver

• Sigmund Freud - A teoria da libido (1905) 

• Jacques Lacan - Função de campo da fala (In: Os escrito)

• Jacques Lacan - Seminário 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise  • Jorge Forbes - Inconsciente e responsabilidade: Psicanalise do seculo XXI

• Jacques Lacan - Seminário 23 Mais, ainda