Todo Azul

Todo Azul

Lançando singles desde 2020, a banda curitibana Capim-Limão realizou um sonho em 2023: o álbum de estreia Todo Azul. “Este álbum é a realização de um sonho. Nós temos outros empregos e sabemos da angústia que é viver de música. Mas dar este primeiro passo é muito significativo”, conta o vocalista Thito Soares ao Apple Music. Em Todo Azul, o trio - que é formado por Thito, Julio Cesar Frondoloso (vocal e guitarra) e JP Oliveira (bateria) - fala sobre temas como amor, ansiedades da vida adulta e brincadeiras entre amigos, alternando músicas mais nubladas com faixas ensolaradas e coloridas. “A gente gosta muito de utilizar as cores para contextualizar as nossas músicas. A tonalidade de cada composição faz parte do nosso processo criativo. Isso também é pensando na hora de roteirizar os nossos clipes. Este álbum é ‘um sonho todo azul, azul da cor do mar’, como cantava Tim Maia”, explica o vocalista e compositor. A seguir, navegue pelas faixas de Todo Azul com os comentários de Thito. Banho de Chuva “É a mais animada do álbum. A base de violão nos lembrou um pouco da sonoridade da Vanessa da Mata, então decidimos falar sobre ‘banho de chuva’, em referência à música dela [“Ai, Ai, Ai...”, de 2002]. E esse violão tinha sido gravado há muito tempo pelo nosso ex-baixista Charlie [apelido de Gustavo Castilho].”  Chamego “Partimos de uma referência de samba antigo, meio gafieira. Ficou elegante e nos divertimos ao fazer os coros. Na hora de cantar, a brincadeira era fingir que estávamos bêbados em um bar. Depois gravamos novamente, mas de nariz fechado. E fomos brincando assim, como se estivéssemos no final de uma noite. É uma música de amor, mas sobre uma relação que vai e vem.” Todo Azul “Foi a última composição que fizemos e acabou resumindo tudo o que a gente estava sentindo. Fala um pouco sobre os nossos sonhos relacionados a trabalhar com música. Ela partiu de uns sons malucos tirados dos sintetizadores do nosso produtor [Gustavo Schirmer], que também acabou colaborando com a melodia e entrou como compositor. A gente começou com o refrão. Há elementos eletrônicos e até um som de despertador, mas no final entram uma bateria bem orgânica e o violão. Contrastes.” Não Saio “Partiu de um sample que eu fiz da banda [norte-americana] Title Fight. A gente começou a brincar, produzir um monte de coisas em cima e acabamos retirando o sample. Acho que é a música que mais destoa do restante do álbum. Ela é meio indie, e mexemos nos vocais para criar uma estética. Fala sobre as angústias de uma vida adulta e monocromática. Começa triste e depois cresce. O eu lírico se lamenta no começo, mas termina experimentando novas cores, sabores e amores.” Planeta Para “É a mais leve do álbum. Tem uma levada de romance de verão, tropical, Bahia. Foi uma das mais difíceis de compor. Tentamos uns seis refrãos diferentes. Os assovios são samples e optamos por deixá-los bem altos para dar um destaque.” Tanta Coisa Acaba “Eu brinco com os meninos que esta música é como se fosse um ansiolítico. É um mantra para nós mesmos, uma busca pela calma. A vida passa e, às vezes, a gente se perde um pouco, mas faz parte. A gente tem que parar, observar e curtir cada momento. Acho que essa é a essência dela. A composição é minha e do Julio [Cesar Frondoloso].” Pois Bem “Foi feita há bastante tempo, há uns cinco anos. O arranjo de cordas foi produzido pela Érica Silva [arranjadora, instrumentista e ex-integrante da banda Mulamba], que é uma artista incrível. Mandamos a guia e ela acertou de primeira. As cordas foram gravadas somente por mulheres. Tem um clima um pouco ‘Bitter Sweet Symphony’ [1997], do grupo The Verve, que foi a nossa principal referência para o arranjo.” Rainbow “É a nossa queridinha. Partiu de um sample de piano que o Frondoloso tinha guardado há bastante tempo, antes de o Capim-Limão surgir. Na época, a gente estava mais voltado para o R&B e tinha uma outra banda chamada Quarto Branco. O nome da música já era ‘Rainbow’ e começava em inglês. A princípio, queríamos um nome em português, então a gente fez uma lista de uns 30 títulos, mas chegamos à conclusão de que deveríamos deixar como estava. O nome é a cara da música.” Pra Começo de Conversa “É engraçado, porque foi gravada com um baixo de uma corda só, um Giannini dos anos 70. A gente estava no estúdio, sem baixo, então o nosso produtor decidiu improvisar com o que ele tinha na hora. Acabou ficando incrível. Adoramos a textura de instrumento antigo. E ela demorou bastante para sair, tinha uns cinco minutos. Acabamos picotando aos poucos. No fim, nem sei definir o gênero musical dela, mas lembra um pouco o som do [cantor australiano] Chet Faker. Talvez seja a música mais sombria do álbum.” Ginga Ia Io “É bem especial para mim. Escrevi com a minha melhor amiga, Giovanna Saltori. Ela não é compositora, mas me mandou uma inspiração de letra e fez um verso. A partir disso eu construí a composição e ela criou o refrão. Optamos por fazê-la mais simples, com cordas e violão. Os arranjos também são da Érica Silva. É uma faixa mais calma, com sabor de despedida.”

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