Luísa Sonza contou ao Apple Music que demorou para, enfim, se sentir confortável como artista. Foi com DOCE 22 (2021), o segundo álbum da carreira, trabalho que apresenta um pop com referências que vão do trap às batidas eletrônicas de divas como Britney Spears. “Me sinto mais completa como pessoa e como artista. Todo artista, enquanto não coloca toda a sua arte para fora, não consegue se sentir confortável. Eu não me sinto confortável com nada da minha vida, mas com a minha música eu me sinto assim pela primeira vez”, diz. E a jornada de Luísa Gerloff Sonza, nascida em julho de 1998, é de resiliência. Cantora de banda infantil, deixou a cidade de Tuparendi, no Rio Grande do Sul, aos 17 anos e, dois anos depois, assinou com a gravadora Universal Music graças ao burburinho criado pelos covers publicados on-line. O clipe de “Devagarinho” (2018) chegou ao topo nas paradas e conduziu Sonza aos holofotes do pop nacional. Desde então, vem colecionando singles e recordes, seja de audiência ou de seguidores nas redes sociais. Com “Boa Menina” e “Nunca Foi Sorte”, a artista apresentou um discurso empoderador embalado por batidas pulsantes, que seria refinado em Pandora (2019). O álbum de estreia, com participações de Pabllo Vittar (na contagiante “Garupa”) e Vitão (em “Bomba Relógio”), equilibra-se entre o amor e o caos. Dois anos separam a estreia do segundo trabalho de Sonza. Neste tempo, a cantora enfileirou colaborações estreladas, de Thiaguinho (“Cansar Você") a Pedro Sampaio (“Atenção”), até se tornar um dos grandes fenômenos da música pop brasileira, ao lado de Anitta e Pabllo (com quem gravou o hit “MODO TURBO”), viveu uma separação e deixou as redes sociais para cuidar da saúde mental. Tudo o que sentiu ao longo de um ano foi levado para DOCE 22, das críticas (“INTERE$$EIRA”) e momentos de solidão (“penhasco.”) à euforia (“2000 s2”). Honesta - consigo mesma e com a própria arte –, Luísa Sonza é uma figura que representa o pop do seu tempo: visceral, entregue e altamente inflamável.