Zé Ramalho

Tradição e vanguarda se misturam na música de Zé Ramalho. O cantor alcançou popularidade com um estilo único – misturando música regional nordestina, rock progressivo e letras sobre espiritualidade e misticismo – e se tornou um dos mais importantes artistas da música popular brasileira. • José Ramalho Neto nasceu em 3 de outubro de 1949 em Brejo do Cruz, uma pequena cidade paraibana. Por causa da morte do pai aos 26 anos, foi criado pelos avós. “Avôhai”, um de seus maiores sucessos, é dedicado à relação com o avô. • Na adolescência, encantou-se por artistas como Bob Dylan e The Beatles e participou de grupos de baile interpretando, principalmente, músicas da Jovem Guarda. • O primeiro LP, Paêbirú (Caminho da Montanha do Sol) (1975), foi gravado em parceria Lula Côrtes. O álbum conceitual é carregado de psicodelia. No mesmo ano, uma enchente destruiu a maior parte das cópias, tornando-o um dos LPs mais raros do Brasil até seu relançamento, em 2019. • Após abandonar a faculdade de medicina para tentar a carreira musical, Zé Ramalho percorreu diversas gravadoras na tentativa de lançar seu primeiro e homônimo álbum solo, mas ouviu repetidamente que a mistura de rock progressivo e música popular não venderia bem. Lançado finalmente em 1978, Zé Ramalho foi bem recebido pelo público e reúne sucessos como “Vila do Sossego”, “Chão de Giz” e “Bicho de 7 Cabeças”. • O segundo trabalho, A Peleja do Diabo com o Dono do Céu (1979), emplacou faixas como “Admirável Gado Novo”, “Garoto de Aluguel (Taxi Boy)”, “Jardim das Acácias” e “Frevo Mulher”. • Algumas de suas músicas se popularizaram em trilhas de telenovelas, como “Mistérios da Meia-Noite” (Roque Santeiro) e “Admirável Gado Novo” (O Rei do Gado). • Em 1996, Zé Ramalho se uniu à prima Elba Ramalho e aos cantores Alceu Valença e Geraldo Azevedo no projeto O Grande Encontro. O trabalho vendeu mais de um milhão de cópias e estimulou a gravação de duas outras edições, em 1997 e 2000.