Carlos Kleiber

Mais de uma vez, a opinião pública colocou Carlos Kleiber entre os melhores maestros de todos os tempos, apesar de essa figura extremamente reservada ter sido o oposto de um showman carismático. Nascido em 1930, em Berlim, ele nunca foi maestro permanente de uma grande orquestra. Seu repertório era altamente seletivo e seu legado de gravações, bastante enxuto: apenas três sinfonias de Beethoven, duas de Schubert e uma de Brahms, um punhado de óperas e provavelmente mais nada além disso (ele parou com as gravações em estúdio em 1982, quando estava com 50 e poucos anos). Perfeccionista e com um olhar cirúrgico para o detalhe, Kleiber exigia muito tempo de ensaio – quando o maestro alemão saiu andando de uma das sessões de Tristão e Isolda (1859), de Wagner, não foi uma atitude de estrela, mas porque ele estava genuinamente desesperado para chegar ao que considerava ideal. Mesmo com esse famoso episódio, esta é considerada até hoje uma das melhores gravações de ópera já feitas. Suas versões de estúdio para Der Freischütz [O Franco-Atirador] (1821), de Weber, e Carmen (1875), de Bizet, e sua gravação ao vivo de Der Rosenkavalier [O Cavaleiro da Rosa] (1910), de Strauss, também são estimadas por muitos musicistas e críticos. Desde sua morte, em 2004, a reputação de Kleiber só cresceu e ele ganhou status de lenda.